Avião da Etiópia cai no Mar Meditterrâneo

25/01/2010 12:48

As equipes de resgate que procuram sobreviventes do avião etíope que caiu nesta madrugada em frente ao litoral do Líbano encontraram pelo menos 34 corpos, segundo fontes oficiais.

Segundo uma nota do ministério de defesa do Chipre, que enviou equipes de resgate para auxiliar na busca de sobreviventes, 34 corpos foram encontrados. Anteriormente, o ministério da Defesa do Líbano afirmou que ao menos 23 corpos foram resgatados a cerca de 3,5 km a oeste da cidade costeira libanesa de Naameh. Apesar dos números divergentes, teme-se que todos os passageiros e tripulantes do avião estejam mortos.

O Boeing 737-800 da Ethiopian Airlines, que ia para Adis Abeba, capital da Etiópia, caiu a cerca de 3,5 km da localidade litorânea libanesa de Naameh, com cerca de 90 pessoas a bordo.

 

Uma forte tempestade parece ter provocado a queda, ao largo do Líbano, do avião da Ethiopian Airlines com 90 pessoas a bordo, declarou nesta segunda-feira o ministro libanês da Defesa, Elias Murr.

"O mau tempo parece ter sido a causa do acidente", disse Murr à imprensa.

Pouco depois do acidente, as autoridades libanesas descartaram "qualquer ato de sabotagem".

"Normalmente, quando ocorre uma explosão (a bordo de um avião), não sobra nada do aparelho", explicou o ministro, afirmando que soldados libaneses já recuperaram várias partes do avião.

De acordo com Ghazi Aridi, ministro das obras públicas e transportes do Líbano, o avião transportava 90 pessoas, entre elas 83 passageiros e sete tripulantes. Aridi identificou os passageiros: 54 libaneses, 22 etíopes, um iraquiano, um sírio, um canadense de origem libanesa, um russo de origem libanesa, uma francesa e dois britânicos de origem libanesa.

Entre os passageiros estrangeiros estava a cidadã cubana Marla Sánchez, esposa do embaixador francês em Beirute, Denis Pietton.

Já a Ethiopian Airlines informou que havia 82 passageiros e oito tripulantes a bordo; mas não soube responder o motivo da diferença entre os números e disse que iria rever a lista de passageiros.

O presidente do Líbano, Michael Suleiman, descartou, em entrevista coletiva, que se tratasse de um atentado terrorista e assegurou que as equipes de resgate estão fazendo todo o possível para localizar sobreviventes.

O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, anunciou dia de luto nacional por causa das vítimas do avião, que caiu pouco após decolar do aeroporto de Beirute, por volta de 0h (Brasília) por razões ainda desconhecidas.

Hariri e o ministro do Interior, Ziad Barud, foram ao aeroporto para acompanhar as operações de salvamento, de acordo com as imagens mostradas pela televisão libanesa.

O Parlamento libanês, em sinal de luto, anunciou a anulação da sessão programada para hoje, destinada a debater a redução da idade para votar dos 21 para os 18 anos, segundo relatórios de emissoras de rádio.

Histórico da companhia
Segundo a Associated Press, a Ethiopian Airlines estava com a reputação em alta no mercado africano, destacando-se pela alta qualidade dos serviços entre as companhias concorrentes.

Com mais de 20 anos de operação, a empresa teve apenas duas ocorrências graves, de acordo com a AP. A primeira foi em 1996, quando um avião da empresa foi sequestrado e caiu na região das ilhas Comores, no Oceano Índico, após ficar sem combustível. Na ocasião morreram 126 das 175 pessoas que estavam a bordo da aeronave. O avião tinha acabado de sair Adis Abeba, quando três sequestradores invadiram a cabine e pediram para que o avião fosse levado para a Austrália.

O outro acidente aconteceu em 1988, quando um jato da empresa caiu logo depois da decolagem, ao se chocar contra um bando de pássaros que sobrevoavam a região do aeroporto. Neste acidente morreram 31 dos 104 passageiros que estavam a bordo da aeronave.

A Ethiopian Airlines é uma companhia aérea estatal e recentemente expandiu sua rede de voos para vários países do continente asiático. A empresa voa regularmente para o Líbano, atendendo principalmente aos trabalhadores domésticos etíopes que moram no Líbano.

Na última semana a companhia anunciou a compra de outros dez Boeing 737, que custaram cerca de US$ 767 milhões de dólares.